Apicultura: Vespa asiática provoca “forte diminuição” de colmeias
A vespa asiática está a provocar “forte diminuição” do número de colmeias no distrito da Guarda, com produtores a registar quebras superiores a 50%, alertou a Associação Distrital dos Agricultores da Guarda.
“Existe uma forte diminuição no número de colmeias por causa da vespa asiática. Há algumas zonas do concelho da Guarda e também do distrito com apicultores que já têm quebras superiores a 50%. Foram feitas as declarações em setembro e tem-se revelado bastante problemático”, afirmou Sandrina Monteiro, presidente da Associação Distrital dos Agricultores da Guarda (ADAG).
Para a dirigente associativa “isto só é o início do iceberg, porque elas [as vespas asiáticas] são cada vez mais”.
Sandrina Monteiro realça que a vespa asiática, também identificada por velutina, “está a ficar a níveis descontrolados e o setor está a atravessar grandes problemas. Se não forem tomadas medidas drásticas, vai ter repercussões em todo o setor agrícola”.
A dirigente da Associação explica que há medidas em curso como a distribuição de armadilhas, que está a ser realizada no concelho da Guarda pela ADAG em parceria com a Câmara Municipal, mas considera que, para os apicultores, é “importante que toda a população esteja em alerta”.
“A vespa asiática no inverno só sobrevive a rainha, que hiberna e pode fazer o ninho primário nas habitações e nas garagens. Depois, na primavera, faz uma colónia nova com milhares de vespas. É uma questão de toda a população estar atenta”, salienta.
Sandrina Monteiro relata que os estragos causados pelos animais são as principais preocupações no setor, mais do que as condições climáticas.
“As preocupações que os associados nos fazem chegar são sobretudo pragas a nível da fauna. Estão a preocupar mais do que as condições climáticas”, sustenta.
À vespa asiática soma-se o problema dos javalis e começam a registar-se estragos provocados pelos corços, principalmente nos pomares.
Em relação à seca, a ADAG espera que a chuva destes dias “consiga colmatar as necessidades hídricas dos solos”.
Para já não há registo de estragos porque “os solos ainda conseguem reter a água”.
Poderão surgir problemas se “estas chuvas forem muito intensas” o que pode causar alguns prejuízos, sobretudo “a nível dos cereais de outono e inverno, e se o vento derrubar a azeitona”.
Sandrina Monteiro refere que há zonas em que os olivais registam uma quebra de produção, mas não está relacionado com as atuais condições.
“Teve a ver com as chuvas que vieram na altura da floração. Fizeram com que algumas variedades não tenham produção de azeitona. Mas há outras variedades que têm muito fruto”, aponta.
Fonte: Lusa