I DOMINGO DA QUARESMA
Decisões
Gen 2, 7-9; 3, 1-7 / Slm 50 (51), 3-6a.12-14.17 / Rom 5, 12-19 / Mt 4, 1-11
Cristo é tentado quando tem fome. Não estava num bom momento, não estava na posse de todas as suas capacidades. Estava fragilizado.
O mau espírito aguarda estes tempos para nos tentar. Quando tudo está bem, raramente surge com toda a sua força, vindo manipular-nos, de forma insinuante e discreta, rumo à egolatria e às suas consequências. Mas, mais que tudo, ele esperará pela fragilidade, pela vulnerabilidade, pelo momento em que tenhamos fome. Aí sim, ele atacará em força.
Até podemos ser as pessoas mais confiantes e virtuosas do mundo, com nervos de ferro e preparadas para tudo. Contudo, quando nos sentimos frágeis, quando nos sentimos despidos, como Adão e Eva, desarmados, expostos a toda a espécie de intempéries e feras, caímos na conta de para quão pouco somos. E aí somos presa fácil.
As suas respostas diante do Tentador partiam sempre da Escritura. Jesus repetia, sem cessar, a fórmula «está escrito». No tempo da fome, Jesus alimentou-se da Sagrada Escritura. Aproveitemos esta Quaresma para voltar à Bíblia, à história da Humanidade com Deus, fortalecendo-nos com as palavras de vida que o Senhor profere. De forma sistemática, começando pelos Evangelhos ou pelo Génesis, ou abrindo a Bíblia ao acaso, façamos a viagem até ao mundo da Palavra e deixemos que Deus nos fale. Se nós escutarmos a sua Palavra, a sua voz ganhará carne na nossa vida.
Tiremos o pó às nossas Bíblias. Arranquemo-las às nossas estantes e libertemo-las do seu cativeiro. E saboreemos a salvação que nos traz o Espírito de Deus, que nos habita e vem em nosso auxílio.