III DOMINGO DO ADVENTO

Vem aí a Vida!

Is 35, 1-6a.10 / Slm 145 (146), 7-10 / Tg 5, 7-10 / Mt 11, 2-11

Na primeira leitura de hoje, Isaías abre-nos a Criação. Ele apresenta-a como imagem do desejo do Senhor para cada um de nós: que nos nossos lugares desertos e áridos, desabitados e descampados, brote a vida, que nasçam flores.

Jesus Cristo, no Evangelho, ao responder às perguntas de João Batista, espelha a promessa de Deus avançada por Isaías, mas agora apontando a humanidade: os cegos veem, os surdos ouvem, os mudos cantam e os coxos saltam. E na segunda leitura, Tiago, um pouco mais comedido, mas não menos esperançoso, fala de como mãos e pernas, calejadas e doridas pelo árduo trabalho de cada dia, rejuvenescerão.

Num Ocidente feito de frio betão, cuja única fonte de entusiasmo parece ser a tecnologia, estas imagens perderam a sua força. Enjaulados na urbe, permanecemos imunes às palavras de Isaías. Urge, então, escutá-las de novo: «alegrem-se o deserto e o descampado, rejubile e floresça a terra árida» – Isaías está a apontar o milagre da graça.

As nossas selvas de betão são enfadonhas quando comparadas com a vertiginosa vitalidade de uma singela árvore. A Criação de Deus é acompanhada pela indómita potência da graça, e só o contacto com ela nos permite contemplar o miraculoso. Perder a nossa ligação à terra é empobrecer a nossa experiência como humanos, porque o plástico é vazio de promessa e o alcatrão isento de esperança.

A realidade, lida pelos olhos de Isaías, Tiago e Jesus, está repleta da vitalidade de Deus, da sua promessa. Qual é essa promessa? A da alegria para além da dor e dos gemidos. É a maior promessa de todas: a de que Deus não nos abandona e está sempre connosco. Promessa essa que encontrou cumprimento em Jesus. Porque temos medo? «Porque te inquietas, minha alma, e desfaleces?» – como reza o salmo. O Senhor reina. «Espera em Deus. Ainda o hei de louvar».

Queremos evitar a dor como se da morte se tratasse. Contudo, as leituras de hoje dizem-nos que será a partir dos nossos gemidos que cantos de alegria ecoarão nos vales do Senhor. Tenhamos paciência, como nos pede Tiago. Tenhamos a paciência própria do agricultor, que aguarda o tempo do fruto. Ele prepara a terra; o fruto brotará no seu tempo.

Fonte:

Fonte: Rede Mundial de Oração do Papa

https://www.redemundialdeoracaodopapa.pt/meditacao-diaria/1911

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