Seca: Redução de 40% na azeitona em Trás-os-Montes
A Associação de Produtores em Proteção Integrada de Trás-os-Montes e Alto Douro (APPITAD) prevê quebras na produção de azeitona, a rondar os 40%, devido à seca e outras condições climatéricas adversas.
“Esperávamos uma quebra de produção, mas nunca tão acentuada como o previsto e que deverá rondar os 40%. Em plena floração na primavera, tivemos temperaturas de 40 graus e as flores da oliveira não vingaram. Como a maioria das oliveiras são em sequeiro, a falta de água veio agravar a situação, já por si difícil”, disse o dirigente associativo, Francisco Pavão.
Esta associação, com sede em Mirandela, representa cerca de 1.400 produtores de azeitona numa área estimada de 10.000 hectares com principal incidência na Terra Quente Transmontana, distrito de Bragança.
De acordo com Francisco Pavão, se os frutos não pesarem e não amadurecerem, não se consegue fazer a colheita mecânica.
“Há muito olival que poderá não ser colhido porque poderá não reunir a condições necessárias para esta tarefa, devido à seca na Terra Quente Transmontana”, explicou o técnico agrícola.
Quando as oliveiras, estão “tão secas que, se houver um ponto de ignição, elas ardem”, disse.
“O aumento de produção no Alentejo deve-se ao Alqueva e, em Trás-os-Montes, teremos de criar estruturas de regadio que permitam aos agricultores atenuar os efeitos das alterações climáticas. Isso é fundamental. Já sensibilizámos o Governo e os autarcas para a necessidade de criar pontos de água para rega”, vincou Francisco Pavão.
Fonte: Lusa