Portugal/ Espanha: CCDR-N reclama mais financiamento para programa de cooperação transfronteiriça Interreg

A diretora da unidade de Planeamento e Desenvolvimento Regional da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), Raquel Meira, criticou o pouco investimento no Programa Interreg Portugal-Espanha, o que obriga a reduzir significativamente o capital em projetos.

Na reunião de Comité Setoriais, da Comunidade de Trabalho do Norte e Castela e Leão, realizada a 10 de dezembro, no Instituto Politécnico de Bragança (IPB), a diretora Raquel Meira disse que o Governo coloca “pouco dinheiro” no Interreg Portugal-Espanha, provocando um desequilíbrio em projetos dos dois países.

“O Governo português opta sempre por colocar muito pouco fundo nesse programa e o que existe é um desequilíbrio de um para quatro. Cada vez que se gasta um euro em Portugal, o projeto tem quatro euros do lado espanhol”, apontou.

Segundo a diretora da unidade de Planeamento e Desenvolvimento Regional, este “desequilíbrio” leva ao corte de investimento nos projetos.

“Todos os parceiros têm os projetos aprovados, mas os parceiros portugueses têm de reduzir 30, 40, 50 e 60%, fazer corte financeiro num projeto”, revelou, reclamando “mais investimento”.

O financiamento das regiões foi um dos assuntos discutidos na primeira sessão dos novos Comités Setoriais, reorganizados pela CCDR-N e pela Junta de Castela e Leão na última sessão plenária, em julho.

No total, foram criados seis comités: governança territorial, competitividade, inovação e transição digital, património cultural e turismo, ordenamento do território, ambiente e conetividades, demografia, saúde, educação e qualificação e desenvolvimento rural, agricultura e agroalimentar.

Esta sessão uniu portugueses e espanhóis para discutir os desafios e os constrangimentos no âmbito de cada um dos comités com o intuito de desenvolver projetos transfronteiriços.

“Estas temáticas são para definir projetos demonstradores, projetos inovadores e também os constrangimentos e desafios nestas temáticas no dia a dia destas pessoas que vivem na fronteira”, esclareceu Raquel Meira.

No final, foram apresentadas conclusões e diagnósticos, entre eles a deficiência de conectividade rodoviária e ferroviária entre Portugal e Espanha e a falta de um serviço de emergência transfronteiriço.

Há quase 20 anos que estas reuniões não eram realizadas. As próximas vão realizar-se noutras zonas de fronteira do norte do país.

A Cooperação Territorial Europeia, conhecida como Interreg, é um instrumento de financiamento criado no âmbito da Política de Coesão Europeia, com o objetivo de reforçar a cooperação entre as regiões da Europa através do financiamento de projetos.

Os programas Interreg são financiados pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) e podem abranger as prioridades políticas do atual período de programação 2021-2027:

- Uma Europa mais competitiva e mais inteligente.

- Uma Europa mais verde, resiliente e hipocarbónica rumo a uma economia sem emissões líquidas de carbono.

- Uma Europa mais conectada.

- Uma Europa mais social e inclusiva.

- Uma Europa mais próxima dos cidadãos.

O programa Interreg Espanha-Portugal promove projetos de cooperação transfronteiriça entre Espanha e Portugal, com o apoio da União Europeia.

Fonte: Lusa e HA

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