II Domingo do Advento – Ano A
Advento requer silêncio («deserto»)
Is 11, 1-10 / Slm 71 (72), 2.7-8.12-13.17 / Rom 15, 4-9 / Mt 3, 1-12

O percurso do Advento tem quatro Domingos. Nos dois do meio (neste e no próximo) fala-se da paciência. Lê-se neste 2.º Domingo, na Carta aos Romanos: «o Deus da paciência e da consolação vos conceda que (…)». Quer dizer que não se pensa numa paciência inteiramente entregue a si mesma, mas numa paciência acompanhada de consolação. Uma e outra são necessárias para um percurso que se prolongue e mostre exigente. Ambas são dons de Deus. Peçamo-las a Ele; para aquela esperança que terá de durar o tempo que Ele entender.
São Mateus diz que muitos iam ao deserto para ouvir João Batista. Agora é a nossa vez. Precisamos de «deserto» para viver o Advento: «preparar o caminho do Senhor». Três realidades são, aqui, importantes: o deserto, a voz e nós próprios. O deserto é o espaço que nos oferece as condições. A voz é o que se faz ouvir da parte de Deus e interessa escutar. Nós somos os chamados a um autoexame e à conversão.
Criar «deserto» em nós implicará alguma «desintoxicação tecnológica». Os meios de comunicação atafulham-nos o coração; tiram-nos o espaço interior. O Advento requer silêncio interior («deserto») para trabalharmos aquilo que somos.
A voz interpeladora que «clama no deserto» não é apenas mais uma. É a voz que ajuda a sermos a pessoa que o Criador desejou; portanto, a pessoa mais conseguida que podemos ser.