Sendim: Olivicultores apanham a azeitona
Na vila de Sendim, os olivicultores estão a realizar a apanha da azeitona, nos olivais onde predomina a variedade negrinha, um trabalho agrícola que é cada vez mais mecanizado e cuja colheita deste ano se prevê ligeiramente inferior, entre 10% a 20%, relativamente ao ano passado.
Em Sendim, uma vila agrícola do concelho de Miranda do Douro, onde outrora predominva a cultura de cereais, atualmente a população dedica-se sobretudo às culturas da vinha e do olival.
Na campanha olivícola deste ano, o olivicultor sendinês, Manuel Alves Santiago, iniciou a apanha da azeitona a 18 de novembro, data da abertura do lagar da cooperativa “A Sendinense”.

Na apanha da azeitona, Manuel Santiago, também já introduziu a mecanização, ao acoplar um toldo ao trator e ao utilizar uma vara mecânica. No olival plantado em 2021, predominam as variedades de azeitona “negrinha” e “bical” e a colheita deste ano diz ser melhor do que no ano passado.
“Este ano, o olival produziu mais quantidade de azeitona do que no ano passado. Apesar do verão seco, o fruto aguentou-se bem, está são, não ganhou bicho e não caiu. Já entreguei alguma azeitona na cooperativa de Sendim e o rendimento da azeitona foi de 10,40%, ou seja, por cada 100 quilos de azeitona extraí 10 litros de azeite”, referiu.
Sobre o trabalho que realiza no olival ao longo do ano, Manuel Santiago, indicou que após a apanha da azeitona realiza um tratamento das árvores com sulfato de cobre e de seguida inicia a poda ou limpeza das oliveiras.
Na cooperativa olivícola “A Sendinense”, o presidente, António Rodrigues, prevê que os associados tenham uma redução de 10% a 20% na quantidade de azeitona, para transformação em azeite. Sobre a qualidade, o dirigente associativo indicou que por causa da chuva tardia no mês de outubro, o fruto da azeitona tem um percentagem de humidade superior a 50%.
“Em Sendim, onde a azeitona predominante é a variedade negrinha, a média de rendimento da azeitona deve rondar os 11%. Pontualmente, há olivicultores que entregam outras variedades de azeitona, como a santulhana, cujo rendimento até é superior, mas isso não significa que a qualidade do azeite seja melhor”, indicou.
Questionado sobre o preço do azeite que pode vir a ser praticado, António Rodrigues, respondeu que dada a redução na colheita é possível que haja um ligeiro aumento.
«Atualmente, o preço do litro de azeite varia entre os 4€ e 4,5€. Na cooperativa “A Sendinense”, um garrafão Arribas em Flor de 5 litros de azeite custa 35€”, indicou.
A Sendinense – Cooperativa Olivícola, C.R.L., produz a marca de azeite “Arribas em Flor”, que é comercializado em garrafão ou garrafa e pode ser adquirido na cooperativa.

Para além do azeite, a cooperativa dispõe de uma máquina descaroçadora, o que permite reutilizar o caroço da azeitona.

Na vila de Sendim, o lagar da cooperativa olivícola “A Sendinense” prevê laborar até à primeira semana de janeiro de 2026.
De acordo com a direção da cooperativa, na campanha deste ano, os preços praticados são:
– Azeitona para linha direta: 0,06€/Kg;
– Azeitona para fazer azeite do sócio: 0,07€/Kg;
- Azeitona do não sócio: 0,12€Kg.
* Maquia em azeite = 4€
Atualmente, a cooperativa olivícola “A Sendinense” conta com 505 associados, oriundos da vila de Sendim, mas também de localidades dos concelhos de Miranda do Douro, Mogadouro e Vimioso. Segundo a direção, as vantagens de ser associado da Cooperativa Olivícola “A Sendinense” são a prioridade na entrega da azeitona (relativamente aos não sócios); o custo de produção do azeite também é inferior; a maior facilidade na comercialização do azeite; e o acesso a apoios e incentivos na plantação de novos olivais.
















HA