Sendim: Cooperativa olivícola começa a laborar a 18 de novembro
Na vila de Sendim, a Cooperativa Olivícola “A Sendinense” vai começar a laborar a partir de 18 de novembro, informou a direção aos associados, no decorrer da assembleia geral, realizada a 2 de novembro, tendo os olivicultores indicado que apesar da seca durante o verão, os olivais aguentaram-se bem pelo que preveem um boa colheita.

A assembleia da cooperativa olivícola realizou-se no pavilhão multiusos, em Sendim, onde o presidente da direção da cooperativa olivícola “A Sendinense”, José António Rodrigues, informou os associados que no dia 18 de novembro, o lagar começa a receber as colheitas de azeitona para a transformação em azeite.
No caso dos associados que pretendam o azeite da sua própria colheita, a data prevista é o dia 5 de dezembro, de acordo com a lista do sorteio.
De acordo com a direção da cooperativa, na campanha deste ano, os preços praticados são:
– Azeitona para linha direta: 0,06€/Kg
– Azeitona para fazer azeite do sócio: 0,07€/Kg
-- Azeitona do não sócio: 0,12€Kg.
* Maquia em azeite = 4€
“Este ano, o valor da maquia, isto é, a porção de azeite que a cooperativa retêm dos olivicultores, como remuneração pela transformação da azeitona é de 4%. Ou seja, por cada 100 litros de azeite fabricado, a cooperativa retêm 4 litros”, explicou.
Sobre as perspectivas da quantidade de azeitona que poderão receber na cooperativa em Sendim, o presidente da coletividade, prevê uma redução de 20 a 30%, comparativamente com o ano anterior.
No decorrer da assembleia, os dirigentes da cooperativa olivícola “A Sendinense” informaram os associados que este ano a transformação da azeitona em azeite passou a ser tributada à taxa máxima de IVA, de 23%, na sequência de uma diretiva europeia.
“Um olivicultor associado que entregar 1000 quilos de azeitona na cooperativa, pelo serviço de transformação em azeite tem de pagar a maquia 0,06€/quilo, o que corresponde a um total 60€. Com o acréscimo do IVA a 23%, o olivicultor paga cerca de 74€, que podem ser pagos em azeite ou em dinheiro”, explicaram os dirigentes da cooperativa.
No entanto, no próximo ano de 2026, na proposta de Orçamento do Estado, o governo vai voltar a aplicar a taxa reduzida de 6% de IVA, quando a azeitona é deixada nos lagares para ser transformada em azeite, uma operação que é entendida em termos fiscais como uma prestação de serviços.
Para a campanha de receção das colheitas de azeitona e transformação em azeite, a cooperativa olivícola, em Sendim, está a procura de trabalhadores para executar as tarefas da balança, análises e lagareiros. O horário de trabalho é de oito horas diárias, em regime diurno e noturno, ou seja, a cooperativa trabalha durante 24 horas, até ao início de janeiro de 2026.
Outra novidade na cooperativa olivícola “A Sendinense” é o lançamento de um concurso para a substituição da linha de transformação mecanizada. Segundo a direção da cooperativa, a linha existente já funciona há cerca de 25 anos, pelo que o material já está bastante desgastado e por isso há a necessidade de renovação do equipamento de modo a modernizar a cooperativa e acelerar o processo de transformação da azeitona em azeite.

Atualmente, a cooperativa olivícola “A Sendinense” conta com 505 associados, oriundos da vila de Sendim, mas também de localidades dos concelhos de Miranda do Douro, Mogadouro e Vimioso.
Na campanha deste ano, o olivicultor, Avelino Branco, de Sendim, adiantou que que prevê iniciar a apanha da azeitona no final do mês de novembro e estima que a colheita deste ano seja melhor do que no ano passado.
“Já realizo a apanha mecânica da azeitona, que tem um custo de 70 a 80 euros à hora.”, disse.
Por sua vez, António Martins, também de Sendim, indicou que nos dois olivais com a variedade negrinha, prevê uma fraca colheita, por causa da seca prolongada durante os meses de verão.
“As azeitonas já estão murchas e esta chuva do final de outubro já vem tarde, pelo que a colheita deste ano vai ser pior do que no ano anterior. Costumo apanhar a azeitona durante os fins-de-semana, com a ajuda dos filhos”, disse.

Já Nuno Rodrigues, com olivais em Sendim e na aldeia de Teixeira, adiantou que não obstante a seca do verão, prevê uma colheita considerável, nas variedades de azeitona negrinha e cobrançosa.
“Vou apanhar a azeitona no início de dezembro, com a ajuda de cerca de 20 pessoas, entre familiares e amigos”, disse.
Outro olivicultor, José Mourinho, proprietário de olival, com as variedades negrinha, cobrançosa e santulhana, indicou que prevê uma redução na quantidade de azeitona e a qualidade, apesar da seca, é “bastante boa”.
“Vou realizar a apanha da azeitona nos dias 17, 18 e 19 de novembro. Costumo contratar três pessoas e a jornada de trabalho, com almoço incluído, custa 60€/dia. Para realizar este trabalho não é nada fácil contratar pessoas”, disse.
Com olivais em Sendim, Manuel Santiago, adiantou que vai ter uma melhor colheita de azeitona, em qualidade e quantidade, do que no ano passado.
“Apesar da falta de chuva nos meses de verão, no meu olival as azeitonas aguentaram-se bem, estão graúdas e há mais quantidade do que no ano passado. Em princípio vou iniciar a apanha na segunda semana de novembro”, referiu.
A Sendinense – Cooperativa Olivícola, C.R.L., produz a marca de azeite “Arribas em Flor”, que é comercializado em garrafão ou garrafa e pode ser adquirido na cooperativa, em Sendim.
Para além do azeite, a cooperativa dispõe de uma máquina descaroçadora, o que permite reutilizar o caroço da azeitona.
Segundo a direção, as vantagens de ser associado da Cooperativa Olivícola “A Sendinense” são a prioridade na entrega da azeitona (relativamente aos não sócios); o custo de produção do azeite também é inferior; a maior facilidade na comercialização do azeite; e o acesso a apoios e incentivos na plantação de novos olivais.
HA