Vimioso: Unidade Industrial de Transformação da Carne Mirandesa celebrou 14 anos

No dia 10 de agosto, a Unidade Industrial de Transformação da Carne Mirandesa celebrou 14 anos de atividade, na zona industrial de Vimioso, onde esta empresa é considerada um exemplo pioneiro no bom aproveitamento de um recurso existente na região, os bovinos de raça mirandesa e a sua carne, considerada de excelente qualidade.

Numa avaliação aos primeiros 14 anos de trabalho, o assesor do conselho de Administração da Cooperativa Agropecuária Mirandesa, o engenheiro Nuno Paulo, afirmou que a instalação da Unidade Industrial de Transformação da Carne Mirandesa foi e continua a ser um grande desafio.

“Instalar esta unidade industrial num concelho do interior do país, como é Vimioso, foi e continua a ser um grande desafio sobretudo pela distância geográfica aos grandes mercados. Não obstante esta dificuldade, com esta fábrica conseguiu-se aproveitar e valorizar integralmente as carcaças dos bovinos de raça mirandesa, no fabrico de uma gama diversificada de produtos”, disse.

Num mercado global, outro dos desafios da carne Mirandesa é a concorrência de outras marcas e a quebra de produção resultante do envelhecimento dos criadores e da dificuldade em incentivar os jovens a dedicarem-se à agropecuária.

“Os criadores de bovinos de raça mirandesa têm uma média de idade de 65 anos e vai-se verificando uma redução do número de animais e por conseguinte de carne para o mercado. Para fazer face à maior procura de carne mirandesa em determinados períodos do ano, como a primavera e o verão, fazemos uso dos produtos congelados fabricados na Unidade Industrial de Transformação da Carne Mirandesa”, disse.

Quem tem a oportunidade de provar e degustar a carne mirandesa apercebe-se facilmente da qualidade deste produto alimentar, sendo que os restaurantes são os principais clientes da Cooperativa Agropecuária Mirandesa.

“A Carne Mirandesa é uma marca com Denominação de Origem Protegida (DOP) e está presente no mercado nacional e internacional, sendo que a França e Andorra são alguns dos nossos principais mercados. Através do canal horeka comercializamos as chamadas partes nobres da vitela mirandesa como são a posta e a costeleta que se destinam maioritariamente para os restaurantes e hotéis. Para além da hotelaria e da restauração, também estamos presentes no mercado das grandes superfícies”, indicou.

Atualmente, na Unidade Industrial de Transformação da Carne Mirandesa fabrica-se uma gama variada de produtos. Na charcutaria, por exemplo, há carnes verdes, picados e os transformados. Entre os produtos transformados, destacam-se a Alheira Vitela, a Chouriça Tradicional Especial Assar, o Chouriço Mirandês, o Churrasquito Transmontano, o Paté de Fígado e Paté de Fígado c/ Tomilho, as hamburgeres e as almôndegas.

A fraude, isto é, o vender carne não certificada como sendo mirandesa é um problema apontado pela Cooperativa Agropecuária Mirandesa.

“Infelizmente, é recorrente o uso da denominação carne ou posta mirandesa e consequente venda ao público, quando afinal está as pessoas estão a adquirir e consumir outras marcas. Temos conhecimento desta irregularidade através da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), que está constantemente a identificar pessoas que cometem essas transgressões. No setor do turismo, por exemplo, os turistas que visitam esta região vêm com a intenção de provar a qualidade da carne mirandesa e no final são enganados”, denunciou.

Na Unidade Industrial de Transformação da Carne Mirandesa, em Vimioso, trabalham atualmente 27 pessoas nas áreas administrativa, comercial, logística e distribuição.

“Nos últimos anos, dada a dificuldade em contratar pessoas na região, a tendência tem sido o recrutamento de pessoas estrangeiras. Contudo, esta mão-de-obra é instável pois preferem ir para uma cidade. Para além disso, o trabalho na Unidade Industrial de Transformação da Carne Mirandesa é feito num ambiente fechado e ao frio, o que exige uma grande disponibilidade e resiliência”, disse.

Desde 1996, a Cooperativa Agro Pecuária Mirandesa, C.R.L é a entidade gestora da “Carne Mirandesa” e tem como missão apoiar os criadores desta raça autóctone na transformação, comercialização e escoamento dos produtos.

O solar dos bovinos de raça mirandesa compreende os concelhos de Miranda do Douro, Mogadouro, Vimioso, Macedo de Cavaleiros, Bragança e Vinhais.

HA



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