Vimioso: Jogo de futebol e noite de fados emocionaram os emigrantes
Em Vimioso, os recém-chegados emigrantes foram presenteados no dia 6 de agosto, com um jogo de futebol convívio entre casados e solteiros e uma noite de fados, na escadaria da igreja matriz, iniciativas que emocionaram e alegraram os vimiosenses emigrados.
O presidente do município de Vimioso, António Santos, sublinhou que esta tradição anual de acolher os emigrantes é um modo de homenagear os milhões de portugueses que vivem e trabalham no estrangeiro, mas continuam a regressar às suas aldeias, vilas e cidades.
“Os nossos conterrâneos e famílias que foram à procura de melhores condições de vida noutros países, felizmente continuam ligados afetivamente às suas comunidades de origem. Dado que não é fácil recomeçar a vida num país que não é o nosso, noutra língua e cultura, o município de Vimioso organiza nas festas de verão um espetáculo de boas-vindas, para homenagear a coragem e o esforço dos nossos emigrantes. Este ano, o espetáculo foi uma noite de fados para evocar a saudade que se sente quando se é emigrante”, disse o autarca de Vimioso.

Sobre o regresso definitivo destes emigrantes à terra natal, o presidente do município, congratulou-se com o gradual e crescente retorno de pessoas e famílias, que atingindo a idade da reforma ou mesmo os jovens que numa atitude empreendedora decidem abrir novos negócios e assim fixar-se nas aldeias e vilas do concelho de Vimioso.
“Todos aqueles que tiveram de sair do país e desejam agora regressar o município de Vimioso, presta apoio nos processos de pensões, equivalências escolares para os jovens, inserção no mercado de trabalho e empreendedorismo. Para os emigrantes foi criado o programa Regressar, que inclui um regime fiscal mais favorável, um apoio financeiro e uma linha de crédito para a criação de novos negócios”, informou.
Pedro Fernandes, natural de Pinelo, é emigrante há 12 anos no continente africano, com passagens pelo Uganda, Tanzânia, Zâmbia, Malawi e atualmente trabalha na Guiné Conacri. Questionado sobre que significado tem esta iniciativa de boas vindas, o jovem emigrante agradeceu ao município de Vimioso.
“Como emigrante penso que iniciativas como esta noite de fados, aqui em Vimioso, sensibilizam muito as pessoas e as famílias que regressam a Portugal para gozar um período de descanso. É muito bom sentirmo-nos acolhidos, acarinhados e valorizados”, disse.
De Vimioso, Orlando Almeida, natural de Vimioso, emigrou para Paris (França) juntamente com a esposa e os dois filhos, onde vivem há 37 anos. Esta família de emigrantes regressa a Portugal duas vezes ao ano, no Natal e nas férias do mês de agosto. A um e meio de atingir a idade da reforma, Orlando Almeida, disse que o regresso definitivo a Portugal para já não é possível, dado que a prioridade é ajudar os filhos no crescimento e educação dos netos.
“Juntamente com a minha esposa queremos acompanhar e ajudar os filhos no crescimento dos netos. Ainda assim, com a reforma e o maior tempo disponível, as estadias em Portugal poderão ser mais prolongadas, de dois a três meses”, respondeu.
Também de Vimioso, Maria Isabel Galego Coelho emigrou há 35 anos para França. Casou com Jorge Coelho, também ele natural de Vimioso, com quem tiveram dois filhos. Neste regresso a Vimioso, disse sentir uma grande emoção e alegria com o espetáculo dedicado aos emigrantes.
“A distância geográfica aprofunda a saudade da nossa terra natal, dos nossos familiares e amigos. Para nós, esta estadia em Vimioso durante o mês de agosto é o merecido descanso depois de um ano de trabalho e é fonte de grande alegria”, disse.
A lusodescendente, Susana Cantarinha, natural de Gouveia, conheceu em Versailles (França) o vimiosense, Filipe Madureira, com quem casou e são pais de duas filhas. Sobre as férias em Portugal, a jovem emigrante disse apreciar sobretudo os reencontros familiares e o convívio festivo com os amigos.
“Este mês de agosto é totalmente dedicado ao descanso, ao lazer e ao convívio com a família e os amigos”, disse.

O Observatório da Emigração indica que Portugal é país europeu que, proporcionalmente, tem maior número de emigrantes e o oitavo em todo o mundo.
Nos últimos 20 anos, emigraram mais de 1,5 milhões de cidadãos.
Atualmente, existem cerca de 2,1 milhões de portugueses na diáspora.
Em 2022, os dados apontam para que 60 mil portugueses tenham deixado o país e a maioria escolheu a Suíça como destino (perto de 10 mil pessoas); seguiu-se Espanha (8.272), Reino Unido (7.941), França (7.663) e a Alemanha (5.935).


















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