XIV Domingo do Tempo Comum
O jugo do amor
Zac 9, 9-10 / Slm 144 (145), 1-2.8-11.13cd-14 / Rom 8, 9.11-13 / Mt 11, 25-30
“Tomai sobre vós o meu jugo.“
Assumir um jugo para puxar uma carroça não é o plano ideal de verão. Trabalhar ao sol, esforçando-nos por arrastar uma carga, é uma proposta pouco apetecível.
Jesus convida-nos a tomar o seu jugo, assegurando-nos que este é suave e a sua carga, leve. Que tipo de carga pode pedir o esforço máximo de dois animais, unidos por um jugo, quando é leve?
Num jugo nunca estamos sós. Quem estará ao nosso lado, senão Jesus? Ele não está sentado na carroça que puxamos, Ele não é a carga. Ele está connosco, sob o jugo. E isto deveria ser suficiente para nos descansar.
Mas Jesus sabe que não chega. E por isso diz-nos que este jugo é suave. Como pode um jugo ser suave? É suave, porque o jugo é o amor de Deus.
É Deus quem ama primeiro, é o amor quem nos junta. E todas as arestas criadas nesse jugo pelo nosso desamor foram limadas, e todas as farpas levantadas pela nossa infidelidade assumidas, todas alisadas pelo corpo de amor do Filho através da sua encarnação, paixão e ressurreição.
Deus ama amigos e inimigos, familiares e desconhecidos, bondosos e velhacos, crentes e incréus. Ao estabelecermos requisitos para amar, ao fazermos aceção de pessoas, impomo-nos uma carga pesada. Quando amamos como Ele, tornamo-nos livres para amar. Então, cuidar dos outros não é um peso. Pode custar, mas é leve, porque nos liberta das nossas curtas medidas e cura o outro.
Arrisquemos o jugo de Jesus. Assumamos o risco da carga e experimentemos a suavidade e leveza do seu estilo de vida. Como Cristo nos promete no Evangelho, trabalhando com Ele, também com Ele descansaremos.