Política: Eixo Atlântico define cinco áreas para desenvolver o interior
O Eixo Atlântico do Noroeste Peninsular elegeu como áreas prioritárias para desenvolver os territórios de baixa densidade, a governação, as medidas institucionais e o financiamento e as área social, económica e ambiental, propondo linhas de atuação nestas áreas, segundo um relatório agora divulgado.
As medidas propostas no relatório Coesão Socioterritorial e despovoamento na Eurorregião Galiza – Norte de Portugal vai ser apresentado em Mirandela, no dia 22 de junho, e foca-se na subregião das Terras de Trás-os-Montes, em Portugal, e nas províncias galegas de Lugo e Ourense, em Espanha, visando criar “uma agenda mobilizadora”.
A primeira área estratégica diz respeito à governança do território, e as quatro linhas de atuação sugerem a existência de “um documento unificado no qual figure o que está a fazer cada administração em matéria de despovoamento”, “criar um documento único com todas as linhas de ajuda” neste âmbito, a “potenciação de uma nova imagem do rural” e ainda “uma nova cultura do território”.
Segundo o Eixo Atlântico, o objetivo das linhas de atuação neste âmbito “centra-se na necessidade de dispor de informação atualizada e comparada na altura de fortalecer a governança multinível”, desde o europeu ao mais local.
Já no âmbito social, as linhas de atuação propostas são 12, e vão desde “apoiar as alianças entre as entidades de economia social, intercooperação ou integração”, a “promover, através da formação ou incentivos, uma plataforma cooperativa de fornecimento de bens e serviços no meio rural”.
São também propostos “mecanismos de colaboração público-privada entre cooperativas locais e entidades públicas”, a oferta de “serviços sociais ao domicílio” com apoio tecnológico, o reforço de “programas de ajuda a cuidadores familiares” e “facilitar o envelhecimento em casa e na comunidade”.
No âmbito económico, são propostas 13 linhas de atuação, como facilitar “o desenvolvimento rural”, realizar atividades “para dar a conhecer as experiências inovadoras das gentes locais” ou adotar “uma estratégia de economia social”, bem como criar polos e divulgar o seu potencial para criar “emprego de qualidade”
Também se defende um “impulso do setor artesão e do comércio local” e a “colaboração com as universidades e centros de investigação”, bem como a promoção de produtos endógenos, da indústria rural “como referente de qualidade” e a otimização do “uso dos fundos europeus” para atrair e reter talento, através de uma “estratégia integrada” para tal.
Por fim, na área ambiental o Eixo Atlântico sugere apostas num a gestão de recursos “baseada na inovação e sustentabilidade” e na agrotecnologia, bem como impulsos às cooperativas agroalimentares, ao associativismo dos produtores e à agricultura ecológica com economia circular.
É também sugerida a oferta de produtos agroindustriais “com imagem de autenticidade”, oferta turística “com forte implicação municipal”, modelos de produção “baseados na comunidade e que promovam a inclusão social”, apoio aos programas “contra o abandono e subutilização de terras”, medidas para “aproveitamento de terrenos” e registos das iniciativas municipais de agrotecnologia.
Também há referência à implementação de “serviços digitais rurais pensados para a bioeconomia”, de “feiras e mostras de produtos tradicionais, a uma “escola de pastores”, à “defesa dos montes comuns” e as “redes de colaboração intermunicipais”.
Fonte: Lusa