Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos
O amor vence a morte e permanece para sempre

Recordamos os defuntos. É importante que pensemos na morte.
Por que razão se evita falar dela e tanta gente se recusa a encarar esta realidade sempre presente no dia a dia e a interpelar-nos?
Temos receio do desconhecido. Assusta-nos a incerteza das possíveis surpresas desagradáveis do amanhã, que são prenúncio do adeus a este mundo, no qual não somos poupados a trabalhos e complicações.
Talvez também nos meta medo uma errada imagem de Deus, representado como juiz e castigador implacável. Ofendemo-lo se não o reconhecemos como Pai misericordioso que nos criou para sermos felizes com Ele, neste mundo e na eternidade.
Esperamos contemplar a bondade de Deus na «terra dos vivos»; «O Senhor é minha luz e salvação: a quem hei de temer. O Senhor é o protetor da minha vida: de quem hei de ter medo?» (Salmo 26).
Jesus, Deus feito homem, partilhou as nossas alegrias e tristezas, dores, tribulações, morte. Ressuscitou. Está vivo e connosco para sempre.
«Nós passámos da morte à vida, porque amamos os irmãos» (1 Jo 3, 14). O viático na peregrinação na terra é Jesus Cristo, «pão da vida». A conta a prestar no Juízo Final será sobre o amor / não amor ao próximo.
Imaginando que estamos às portas da morte, perguntemos: se pudesse voltar atrás, como agiria, como seria diferente, não cometendo os erros que pratiquei e continuo a não corrigir? Como um santo falecido muito jovem, interroguemo-nos: «De que serve isto para a vida eterna?».
A morte é uma porta que se fecha para o passado e se abre para o abraço cheio de ternura de Deus, autor dos nossos dias e meta da nossa peregrinação. O amor vence a morte e permanece para sempre.
O Senhor enxugará todas as lágrimas dos nossos olhos «e não haverá mais morte, nem pranto, nem grito, nem dor, porque todo o anterior já passou» (Ap 21, 4).
Fonte e imagem: Rede Mundial de Oração do Papa (RMOP)